Reajuste anual vai variar entre 2,75% e 3,89%, mas adicionais não previstos em contrato deixam tarifa até 8,06% mais alta
As tarifas dos pedágios do Paraná serão reajustadas a partir desta sexta-feira (1º). A Agepar (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná) homologou nesta terça-feira (28) a correção dos valores dos pedágios nas 27 praças do Anel de Integração do Estado. O reajuste anual previsto em contrato vai variar de 2,75% a 3,89%. De acordo com a Agepar, o valor ficou próximo à inflação do período, medida em 2,70%, segundo o IPCA.
No entanto, a agência já havia homologado anteriormente, também com vigência a partir de 1º de dezembro, a aplicação da revisão tarifária de quatro das seis concessionárias, para cobrir os custos de obras não previstas em contrato, como viadutos e duplicações, ou obras cujo cronograma foi antecipado. Com isso, o reajuste anual nas tarifas somado aos valores das revisões tarifárias aprovadas anteriormente vai chegar até a 8,06%, no caso da Viapar, e de 5,13% da Econorte. Também terão reajustes a Ecocataratas (2,75%), Rodonorte (3,24%), Ecovia (3,38%) e Caminhos do Paraná (4,37%).
A praça de pedágio de Jataizinho (Região Metropolitana de Londrina), continua a ter a tarifa mais cara do Estado, passando a custar R$ 22,00 (para veículos
comuns). Em seguida aparece a de Jacarezinho (Norte Pioneiro), que será reajustada para R$ 20,30. A terceira tarifa mais cara do Paraná será a de São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), ao custo de R$ 19,40. Jaguariaíva (Campos Gerais) terá o menor valor: R$ 7,40. O DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná) informou que, com a homologação, irá encaminhar a documentação com as tarifas reajustadas para publicação no Diário Oficial.
O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Londrina, Carlos Roberto Della Rosa, disse que o novo reajuste de pedágio está fazendo muitos caminhoneiros pararem de trabalhar. "O pedágio entre Londrina e Jataizinho é o mais caro do mundo e não temos como fazer nada. Somos a ponta mais fraca desse elo", lamentou. "O caminhoneiro está pagando para trabalhar, pois não tem como aumentar o valor do frete, que já não é suficiente para custear as despesas de diesel e de pedágio. Só o diesel representa 70% do frete."
Segundo ele, esses aumentos obrigam os caminhoneiros a deixar de renovar seus veículos. "Os caminhões estão ficando sucateados. Os que financiam um caminhão novo não conseguem pagar as parcelas e as dívidas só estão aumentando. E para fazer um motor de caminhão custa mais de R$ 20 mil", reclamou.
Para Della Rosa, deputados e vereadores deveriam ir "para cima do governo" para tentar barrar o reajuste. "Estamos contatando vários políticos, mas eles só prometem. Chegamos à conclusão que não adianta fazer protesto em praça de pedágio. O governo fala que está tudo no contrato, que não há o que fazer. ”Mas alguém tem que fazer alguma coisa.”
Um dos caminhoneiros que deixou de trabalhar foi Rafael Brusque Toporowicz, que agora se dedica apenas a publicar o "Blog do Caminhoneiro". "Escuto muita reclamação de caminhoneiros. Participo de grupos de WhatsApp e os motoristas que precisam ir para Paranaguá afirmam que o valor é muito acima do que deveria ser. Eles comparam com os valores dos pedágios de Santa Catarina", destacou. Depois de ter sofrido 18 assaltos, Toporowicz resolveu apenas escrever o blog. "Está ficando inviável se manter na estrada porque já não dá para arcar com os custos."
O presidente Setcepar (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná), Marcos Egídio Battistella, declarou que o aumento do valor das tarifas do pedágio é um absurdo. "Temos falado disso com frequência. A gente sempre se posiciona que não é contra o pedágio e sim contra os valores e contra a contrapartida que eles oferecem. Não temos qualidade de estrada para gerar economia de combustível e de manutenção e que também garantisse tempo de viagem menor", reclamou.
Battistella apontou que a partir do reajuste será "aquela briga com embarcador para pagar esses valores". Ele diz que o sindicato já tentou, no passado, fazer ações para segurar o aumento. "Mas infelizmente não fomos felizes no resultado dessas ações. Dificilmente conseguiremos quebrar o contrato com as concessionárias", declarou.
Ele espera que o contrato de concessão com as concessionárias não seja renovado e que um novo contrato, com tarifas mais condizentes com a realidade atual, seja elaborado. "Se você for para Foz do Iguaçu vai gastar mais com pedágio do que com combustível", pontuou.
A reportagem procurou a ABCR para comentar o aumento dos valores dos pedágios paranaenses, mas não conseguiu estabelecer contato.
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